Criação do Selo Postal


Criação do Selo Postal

Em 1836, um professor londrino Rowland Hill observou a cena na estalagem onde estava hospedado que mudou a lógica do envio de correspondência para sempre. Hill presenciou uma jovem funcionária da estalagem onde estava receber o funcionário dos correios. Naquela época quem pagava a correspondência era o remetente e não o destinatário. O funcionário dos correios entregou a carta à jovem que, após manusear sem abrir o envelope alegou que não tinha dinheiro para pagar a taxa e devolveu. O carteiro assim, pegou novamente o envelope e o guardou na bolsa novamente e se afastou. Hill observou a cena e decidiu perguntar porque a jovem não havia recebido a carta. Ela explicou que era uma correspondência de seu noivo e que eles tinham estabelecido códigos que colocavam no envelope e, por isso, ela não precisava pagar a taxa dos correios para receber a mensagem.  (ALMEIDA, 2003, p.16). Não sabemos se essa história é real ou ficção, mas o fato histórico é que Hill era responsável por estabelecer novos métodos para desenvolver os serviços dos Correios no seu país. Ele, então, logo percebeu que o sistema postal arcava com o alto risco de transportar cartas sem nenhuma garantia de que seriam pagas por seus destinatários. Hill sugeriu duas mudanças: taxa de envio paga pelo destinatário e regulamentação da taxa tendo como ponto de partida o peso. Em 1839, as modificações foram sancionadas pelo Parlamento inglês. Afim de comprovar que a taxa de envio foi paga antecipadamente Hill sugeriu que fosse utilizado 

“um pedaço de papel de tamanho suficiente para receber uma estampa, coberto na parte traseira com goma, que o portador poderia, aplicando um pouco de umidade, prender na parte posterior da carta” (HILL, 1837 apud ALMEIDA, 2003, p.19).

Foi assim que foi criado o primeiro selo postal que rapidamente seria utilizado por outros países. Nesse mesmo ano, por meio de um concurso foi estabelecido que o desenho figuraria no selo seria a efígie da rainha Vitória à época de sua coroação. Em 1940, dois selos entraram em circulação: 1 penny, conhecido como Penny Black, e Two Pence Blue (por causa de seus valores e cores). Em 1842, o Brasil despontou como sendo o segundo país no mundo ao implantar o sistema postal com base no inglês utilizando as duas premissas principais. Em 1943, foram lançados os primeiros selos brasileiros que ficaram conhecidos como “Olho de boi” em decorrência do seu formato ovalado.

Com a criação do selo com diferentes estampas e cores, as pessoas passaram a querer colecioná-los. Surgia também a filatelia, termo criado por George Herpin (do grego philos que significa amor em forma de amizade e ateléia que significa livre de imposto) que ficou conhecido como sendo essa atividade de colecionar os selos postais. Pouco a pouco a filatelia foi se desenvolvendo, se consolidando e se ramificando em diversas vertentes. Os museus também rapidamente acolheram os selos postais e o Museu Histórico Nacional possui uma coleção significativa nessa área.

Crédito do texto: Bianca Costa

Referências:

ALMEIDA, Cícero Antônio F de; VASQUEZ, Pedro Karp. Selos postais do Brasil. São Paulo. Metalivros, 2003.

Filatelia. Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Filatelia> Acesso: 17 mar. 2019.

Federação Brasileira de Filatelia (FREBARF). Disponível em: <http://www.febraf.net.br/febraf.php?l=0&m=1> Acesso: 17 mar. 2019.

O que é filatelia? Super interessante. Disponível em:<https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-filatelia/> Acesso: 17 mar. 2019.

História da Filatelia. Filatelia correios. Disponível em: <http://blog.correios.com.br/filatelia/?page_id=206> Acesso: 17 mar. 2019.

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